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2 de maio de 2024

Sobre estar presente

Um espelho capaz de refletir nossas vaidades, mas ocupado demais refletindo nossas angústias, medos e anseios, que aqui são devidamente acolhidos. Somos refletidos e refletimos, apesar de envoltos em nossa transparência.
Um espelho refletindo a janela, que permanece indiferente a tudo, exceto aos pingos de chuva que através dela observam em sua ritmada dança. Um espelho refletindo o exato momento presente.
Um espelho não reflete o futuro e, aliás, nem o passado. Isso somente é possível através das mentes ditas racionais. Mas a racionalidade tem seus limites. Por acaso, seria ela capaz de dançar com os pingos da chuva?

Se eu voltei? Pode-se dizer que sim, pois andei mesmo um pouco atordoada nestes últimos tempos. Sabe, foram tempos bem difíceis. Não propriamente por causas externas, mas você ficaria assustado se soubesse como uma mente conturbada é capaz de nos distanciar de tudo, até das partes que consideramos essenciais em nós. 
Somos autossabotados pelos sentimentos e criamos uma realidade paralela alheia a todos os valores que deveriam nos guiar rumo a nossa evolução. Mas ainda bem que sempre é possível voltar ao caminho, e embora não seja aquele já com as pegadas da trilha anterior, encontramos um caminho novinho esperando pra ser desbravado, com as flores recém desabrochando e uma lua tímida tentando se fazer perceber discretamente. Sim, querida amiga lua, agora eu posso afirmar com convicção, que apesar de meus olhos permanecerem os mesmos, minha visão voltou a te perceber e meu coração a te admirar. 

Ah, você queria saber se eu voltei a escrever aqui para o blog? Sim, voltei. Espero que esteja disposto(a) a me acompanhar nos próximos capítulos dessa jornada. Até logo!