Parece tão fácil falar de felicidade... Entre seus muitos
significados complexos, a felicidade resume-se (se é que se pode resumi-la) em
tudo aquilo capaz de nos proporcionar momentos que se eternizarão em nossa
memória e em nosso coração. A felicidade não deve ser entendida como o êxtase,
e sim como a calma que nos torna mais conscientes e acolhedores ao universo do
qual fazemos parte e que está constantemente se manifestando em suas mais
variadas formas de vida.
Mas o que realmente
consome todas as forças que acreditamos ter, e que nos abala de tal forma que
optamos por evitar até proferir a palavra é a tristeza, é a indiferença. A
felicidade é a meta impregnada em todos os padrões e em nossas buscas: quando
tivermos um emprego seremos felizes, ou quando nos formarmos, ou casarmos, ou
realizarmos todos os nossos sonhos... E assim a felicidade é adiada dia após
dia, enquanto a vida continua prosseguindo, independente dos sentimentos
correspondentes a ela.
Deve ser até um pecado isso de estar triste em dias tão
bonitos. Parece que qualquer ser ou força sobrenatural em que você deposite
suas crenças estão dando o máximo de si para proporcionar um dia agradável, um
dia claro, um dia para viver. E você aí, remoendo tudo de ruim que pode existir
em seu interior. E enquanto isso o sol está lá, brilhando com todas as forças
possíveis.
Este texto é escrito no escuro (literalmente) de uma noite
insone, amanhã o resultado que verei não será o desejado – as palavras serão
incompreensíveis, as frases não possuirão sentido algum – mas mesmo assim escrevo.
Talvez a vida de alguém dependa disso. Ou a minha própria vida.