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12 de dezembro de 2016

Onde fica a diversão quando os parques estão fechados?

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Quem nunca ouviu a típica analogia da vida e dos altos e baixos da montanha russa. Outra variação possível deste mesmo tema é aquele momento onde você encontra-se no ponto mais alto que determinado brinquedo pode atingir; a adrenalina, e enfim, a queda inevitável que vem em seguida. Talvez a única queda premeditada e inclusive buscada por grande parte das pessoas. Mas a verdade é que em ambos os casos, é muito fácil comparar a vida a parques de diversão: são as luzes coloridas e piscantes, a comemoração, a alegria, o divertimento que o próprio parque pressupõe. Mas se a vida é como um parque de diversão, como pode-se entender a vida quando o parque apaga suas luzes e fecha suas portas?

16 de agosto de 2016

Quão grave é a situação na qual nos perdemos?

Quão grave é a situação na qual nos perdemos?
Porque não é possível nem mesmo dizer que nos encontramos nesta situação, levando em consideração que ninguém sabe nem onde está, quem dirá encontrar qualquer coisa.
Ando com a convicção de que Epicuro nunca esteve tão certo em seu conceito de autarkeia, o bastar-se a si mesmo. Porque só neste estado de perfeita comunhão consigo mesmo seremos capazes de atingir a felicidade, em tempos antigos, somente alcançada pelos sábios. 
Eu realmente prefiro acreditar que as pessoas não sejam más, e sim, que elas só estejam perdidas. Talvez o principal problema seja justamente este: ninguém deseja se encontrar. 
Para a maioria das pessoas, quanto mais afastadas de si mesmas, maior é a sensação de segurança. Mal sabem elas o perigo que podem estar correndo, apoiando-se em ombros que mal conseguem sustentar o próprio peso, quem dirá carregar outra criatura tão – ou até mais – pesada. Porque a maior dificuldade é sempre carregar aquele peso que não é material, mas que todos carregamos – ou arrastamos – consigo e do qual não conseguimos livrar-nos jamais.
A carga que ninguém parece conseguir aguentar sozinho. 
Somos apresentados – ao mundo e a nós mesmos - como grãozinhos insignificantes, com medo de sua própria insignificância. E talvez sejamos mesmo esses seres tão frágeis e quebrados em milhares de fragmentos. E mesmo os que se julgam tão fortes, inevitavelmente em algum momento da vida, serão eles também golpeados por uma existência incessante e da qual eles não conseguem ter domínio. 
Mas apesar disso tudo, ainda assim, contudo, portanto, todavia... Vivemos. Estamos sempre, constantemente, impreterivelmente, em processo de construção. Não como sólidas muralhas, mas como obras inacabadas sujeitas ao vento, a chuva e a todos os tipos de intempéries possíveis. 

22 de junho de 2016

(Re)Compor

Choque de realidade. Talvez fosse isso o que eu tanto precisava (e merecia) há tanto tempo. 
Uma pessoa extremamente sensível, mas petrificada em um imenso cubo de gelo, onde ninguém tem acesso à tamanha sensibilidade. 
Essas eram as palavras que tanto busquei. Estariam elas até então igualmente congeladas? E não é que justamente em meio a este rigoroso inverno, elas resolveram descongelar?
Vou me recompor. Mas não como a bela melodia que sempre acreditei ser. E sim, como a fria e melancólica sinfonia que só encanta aos corações dispostos a senti-la.

8 de maio de 2016

A beleza dos sonhadores

Sou uma defensora do viver e da vida, é inegável. Mas também é inevitável que entre os milhares de dias vividos, em alguns – ou na maioria deles – você só exista. 
A sensação nesses dias se assemelha ao que deve ser sobrevoar o mundo em cima de uma nuvem. Uma nuvem instável. Embora eu nunca tenha tido esta experiência. Bem, não de transitar pelo mundo a bordo de uma nuvem. Mas com certeza, conheço bem a instabilidade dos dias. 
Os dias em que parece não haver caminhos possíveis. Dias imóveis, sufocantes. Você sabe que há tanta vida... Mas você sente-se imergindo nela. Afundando, sendo tragado por essa vida incessante. Sem chance de defesa.
Com uma esperança, – do verbo esperançar, e não do verbo esperar – que alguém igualmente a bordo de uma nuvem pare ao seu lado e lhe indique um caminho. Alguém disposto a seguir pela segunda estrela à direita e então direto, até amanhecer.

18 de fevereiro de 2016

Voltando à vida, em todos os aspectos

O carnaval passou, agora é que o ano “verdadeiramente começará”, como se diz por aí. Mas não é apenas isso.
As férias já terminaram pra alguns, ou encaminham-se para o final, pra outros. Trabalhos e estudos são gradualmente restaurados. Mas não é apenas isso.
É a volta do esforço diário e ininterrupto em enxergar as coisas boas que o cotidiano tem a oferecer através dos fatos mais comuns.
É a busca por histórias bonitas: aquelas simples e verdadeiras que acontecem a todo o momento e só precisam de um olhar disposto a enxergá-las. Não mais as histórias incríveis, mas irreais cultivadas em outros tempos.
Não há sensação melhor do que voltar à vida depois de um tempo afastada de si mesma.

15 de janeiro de 2016

Reflexões dos vinte

 Espero, sozinha, em um quarto já escuro, que o relógio marque meia-noite. Algo completamente simbólico, considerando que nasci somente às nove horas e vinte minutos da manhã. Há vinte anos atrás, nesta exata hora em que hoje aqui escrevo, tinha umas seis horas de vida.
É tão estranho parar pra pensar nisso, em todo esse processo de nascer e crescer. Talvez tenhamos nascido destinados a nos tornarmos algo, alguém específico. Talvez eu tenha nascido já pré-destinada a ser o que sou hoje. Talvez tudo o que me tornarei já esteja escrito em algum lugar qualquer.
As possibilidades são tantas que nem sabemos o que fazer com elas. E provavelmente ninguém nunca saberá até que ponto somos influenciáveis por estas partes ocultas que desconhecemos de nós mesmos. Tudo o que nos resta é ir traçando o destino na medida em que o percorremos.
Vinte anos. Entre as parabenizações que recebi, algumas delas me alertam sobre a incidência de cabelos brancos que nascem quase que instantaneamente nesta faixa etária. Em outras, além do costumeiro “parabéns”, recebi também um “bem-vinda” a década dos vinte, juntamente com as típicas reflexões. 
Ah, as reflexões! O sentir-se a cada ano mais velha, se é que dá pra usar essa expressão com tão tenra idade. Mas o tempo passa... E apesar da forma como ele é medido permanecer a mesma, ele parece passar mais rápido a cada dia. E, às vezes, por mais que a gente cresça, além das coisas que não conseguimos entender, há também o medo de não conseguir acompanhar a passagem acelerada dos dias.