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15 de janeiro de 2013

Sobre quem somos. Ou acreditamos ser

E mais uma vez, como tem acontecido já há alguns anos desde que tenho este blog, venho aqui nesse dia para fazer aquele texto nostálgico, repensando toda minha vida e as coisas que aconteceram nesse último ano, e de alguma maneira involuntária, também pra relembrar aquelas velhas histórias e fatos de que há a cada ano mais responsabilidades, mais escolhas necessárias a serem feitas, e todos esses clichês que todos estão cansados de ler.
Mas a verdade é que hoje em especial, meu raciocínio tem seguido um rumo diferente: afinal, qual é o sentido de fazer e consequentemente, de comemorar aniversários? Eu hoje olhei-me no espelho, e não vi em lugar nenhum alguma mensagem subliminar avisando que até hoje, passaram-se dezessete verões de minha existência. Eu continuo a mesma de ontem à noite. A mesma de semana passada. Até mesmo do mês passado. Será?
Um ano. Foram trezentos e sessenta e seis dias de transformações. Quem eu era a um ano? Quem eu serei daqui mais alguns?
Acredito que como um rio, que a cada vez que nos depararmos com ele será um rio diferente, apesar de aparentemente tudo permanecer igual. Assim é nossa constituição mais profunda, tudo está constantemente mudando. Ás vezes há calmaria. Às vezes, tempestade. E continuamos sendo a mesma pessoa. Ou achando que somos.

1 de janeiro de 2013

1º de janeiro de 2013

É o primeiro dia do ano, e o primeiro da sua vida neste mundo, provavelmente tão grande visto da perspectiva de seus olhos ainda não acostumados com a imensidão de um mundo que passa longe de ser o País das Maravilhas cujo você estava acostumada.
Talvez você ainda esteja se sentindo na toca na qual você caiu ao tentar seguir um coelho que corria apressado, no exato momento em que você fica tão pequena a ponto de não conseguir alcançar a chave que está sobre a mesa, e que abriria a porta para que você tivesse acesso a um lugar encantado.
Devo lhe dizer que este não é o País das Maravilhas, como você já deve ter percebido, afinal, agora você precisa chorar na tentativa de que seus desejos sejam primeiramente compreendidos, e depois realizados.
Mas essa é somente a primeira fase das muitas que você enfrentará. Quando for capaz de realmente entender tudo isso, e histórias sobre o seu nascimento e sua infância forem contadas, você talvez não lembre, mas de qualquer maneira sentirá saudades de tudo que passou.

Esse pode não ser o mundo encantado que você sonhava, mas com certeza ele se tornou encantador com a sua presença. Bem-vinda, Maria Alice, linda da tia.