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28 de agosto de 2014

As palavras escritas: com destino à liberdade

Até posso ser organizada e ter orgulho dessa organização com o restante das minhas coisas, mas manter bilhetes com qualquer lembrete será sinal de esquecimento, afinal, o bilhete só será encontrado na próxima vez que mexer em um canto qualquer na tentativa de desfazer-me de coisa antigas e até de recordar. Recordar pela última vez para só então esquecer. É quase um ritual.
Trechos de livros então, tem vida própria. É aquele tipo de atitude costume entre leitores: estar lendo um livro qualquer, então aquela frase incrível, que você quer guardar pra toda vida, aquela frase que você sempre pensou, mas nunca a escreveu, aparece. Você pega o primeiro pedaço de papel que encontra, o primeiro rascunho e a transcreve ali. Pronto. Ela está imortalizada, está salva para sempre.
Mas isso acontece em média com umas quinze frases de cada livro, considerando que você é um leitor assíduo, concluímos que: você nunca mais lembrará ou mesmo olhará para a frase, e não saberá aonde cada qual vai se encontrar, afinal, a partir de escritas, elas vão adquirir uma vida própria que jamais poderá ser tirada delas. Pronto. Agora sua frase vai reproduzir-se e deverá cuidar de suas próprias palavras. Você não terá domínio sobre nenhuma delas.
Pode até dizer com total convicção que de agora em diante tudo que escrever vai permanecer neste caderno! E trancá-lo a cadeado, chave, mandinga. Sempre alguma letrinha vai se salvar e dar origem a todas as outras, que vão pra onde quiserem e fazem o que bem entenderem.
E o pior é que percebi que prefiro assim, não conseguiria organizar, tratar, vigiar, dar toda a assistência e o cuidado que elas merecem, se todas se mantivessem no mesmo lugar. É preciso desfazer-se delas pra que só então elas possam crescer e fazer a diferença que tanto sonham.
É, essas coisas hoje em dia são assim: damos origem às palavras e criamos frases para o mundo, nunca para nós mesmos.

24 de agosto de 2014

Sem título até que eu descubra o nome deste sentimento

Quer dizer que estes velhos olhos cansados não perderam a ternura e ainda são capazes de brilhar, mesmo com tantos “poréns”?
É motivador pensar nisso, especialmente considerando que se trata de segundas-feiras, meus segundos dias mais odiados da semana.
Na maior parte das vezes (se não todas), a vida resume-se em quantos momentos aceleraram o seu coração e quais mudanças foram ocasionadas por esta sua falta de controle sobre si mesmo. As mudanças? Na maior parte das vezes são drásticas, parecem roubar toda a sua sanidade ainda existente, tiram você do rumo, percurso, ritmo, rotina, fazendo-o sonhar novamente. O tornam ser humano, no mais puro dos sentidos existentes para esta expressão.