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22 de junho de 2010

Indisponível


Aqui estou. Diante de uma tela de computador, procurando palavras para descrever o indescritível. Comemorando com toda a ironia que pode haver, o meu dia sem sentimentos.
Porque quanto mais eu insisto em me tornar igual, mais eu pareço diferente. Todo tipo de hipocrisia está sendo aceito, sem distinções nem exigências.
Mas eu não quero mais olhar em volta e ver tudo exatamente como estava a dez minutos atrás, ou talvez dez anos, eu já não sei quanto tempo se passou desde que tudo começou. Chega a ser demasiado cansativo expor tantas opiniões, se nenhuma delas tem valor ou faz diferença alguma.

“...Um dia desses, num desses encontros casuais, talvez a gente se encontre, talvez a gente encontre explicação...” Engenheiros do Hawaii.

14 de junho de 2010

If I Were a Boy...


Se eu fosse um garoto, admiraria todas as garotas, cada uma pelas suas qualidades únicas que as diferenciam umas das outras. Daria mais valor aos sentimentos dela, e nunca a deixaria iludida quando as suas expectativas não correspondessem as minhas.
Se eu fosse um garoto, não me importaria em lhe dar um abraço quando achasse que fosse necessário, não teria vergonha de demonstrar meus sentimentos, ainda mais quando achasse que isso poderia me fazer sentir melhor. Olharia nos seus olhos, e enxergaria meu rosto refletido daquele olhar, e teria certeza que ela havia sido aquela que até então, era dona dos meus sonhos. Andaria ao lado daquela garota, com nossas mãos entrelaçadas, e nada mais precisaria ser dito enquanto estivéssemos ali juntos.
Se eu fosse um garoto, deixaria de lado todo esse machismo e me apaixonaria.

13 de junho de 2010

Internamente improvisado

"Se meus olhos mostrassem a minha alma, todos, ao me verem sorrir, chorariam comigo."Kurt Cobain.



A cada pessoa que conhecemos, conclusões são tiradas, precipitadamente ou não. Algumas vezes palavras ou gestos mal interpretados podem mudar tudo, ou então podem dar início a algo que antes julgávamos impossível. Assim é que são formados os sentimentos de amizade, amor, admiração, lealdade ou apenas respeito, assim como tantos outros.
Mas às vezes, acabamos por cair numa rotina de reações que nos tornam tão iguais, que esquecemos que de uma hora pra outra, tudo pode se tornar fora de nossos planos, esquecemos que somos humanos e, portanto, imprevisíveis, por mais que isso insista em não ser tão aparente e nem tão habitual.

“Mas você era só mais um desses seres, humanos demais, dos quais eu já estou cansada. E será que por mais quanto tempo irei fingir que está tudo bem, quando na verdade, eu queria apenas abrir os olhos, e acordar?”

6 de junho de 2010

A realidade também pode ser inventada


Aquilo era tudo uma imensa falsidade. Uma história daquelas que você imagina os personagens, e eles aparecem. Mas eles não eram reais, e continuam não sendo.
A cada página novas pessoas surgiam, cada uma com características tão diferentes, e tão semelhantes. Possuíam rostos variados, mas o que era comum a todas, era a vontade de sentir os efeitos que a felicidade era capaz de causar. Felicidade que não exige motivos concretos nem certezas.
Tanta gente que gosta da falsidade, do anonimato, enquanto aquelas pessoas apenas queriam viver de verdade, pra serem reais de verdade. Mais uma vez é evidente o quanto nunca estamos satisfeitos com o que temos e o que somos.
Enquanto pessoas inventadas sonham se tornarem reais, nós sonhamos em sermos de mentira, enquanto pessoas lutam para viver, outros querem que tudo acabe de uma vez, enquanto alguns sofrem para manter uma amizade, outros apenas estão indo embora.