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20 de março de 2012

Sorria

As bolhas de sabão já estouraram. Os amigos imaginários já partiram para viver suas próprias vidas imaginárias. Nuvens são apenas nuvens, não há mais nenhum animal escondido nelas. Acordamos cedo, mas já não é para assistir aos desenhos. Os livros agora contam histórias de outras pessoas, não mais as histórias dos nossos personagens criados e ilustrados por nós mesmos. As músicas que ouvíamos na infância agora são consideradas ridículas, somos adultos demais para ouvir aquilo. Aliás, somos adultos demais para quase tudo que antes nos fazia tão feliz. Talvez seja exatamente por isso que já não há tanta felicidade: somos adultos demais para sorrir.
É claro que no fim sempre resta um pouco disso tudo guardado em nós, o que falta é a inocência para colocarmos em prática a parte mais ingênua e indispensável de nossa vida: a simplicidade das lembranças.

Um comentário:

Nina disse...

E na simplicidade das coisas, lembramos das vezes em que desejamos ser adultos. Quando conversávamos com amiguinhos de escola falando "quando eu for grande eu vou ser..." achando que a vida continuaria perfeita. Bobos nós... Em acreditarmos que ser adulto é algo fácil. Quanto mais dias passam, mais saudades sentimos daquela época em que tudo era mais fácil, não se havia erros, e dávamos os nossos sentimentos apenas para os nossos brinquedos.