Somos números. Perdemos nomes, rostos, identidades. Somos
apenas representações ocupando espaço, não sabemos o que fazer com nossos
corpos, não há lugar para eles, e por isso mesmo nos permitimos os rótulos que
não nos diferem. Somos contas que deram errado, não queremos a diferenciação,
pois ela implica consequências. Nossas assimetrias demonstram o quão
imperfeitos e humanos somos, ou deveríamos ser. Queremos nos camuflar em um
meio social que está fadado a rotina, a monotonia, ao fracasso.
É uma pena eu não gostar de números. E ser adepta a ironia.
É uma pena eu não gostar de números. E ser adepta a ironia.
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