Exatas
doze horas.
Então,
os sinos começaram a tocar.
Eles
tocaram por um período aproximado de dois minutos, ininterruptamente, o que fez
com que parecesse uma eternidade. E dentro dessa pequena eternidade, tudo ficou
em câmera lenta. Não havia mais os costumeiros barulhos da vida acontecendo.
Tudo
se silenciou em meio ao toque barulhento dos sinos. Eu sei que parece
contraditório, mas foi isso que aconteceu. As pessoas, que antes sabiam
fisicamente para onde estavam indo, ficaram expostas em suas inseguranças, em
sua lentidão incriminadora.
Nesse
instante tudo era vago, como se apenas vagar sem rumo fosse o que viemos
fazendo durante todo o percurso percorrido. Mas sempre com a falsa ideia de
estar indo a algum lugar, e mais: de estar indo muito longe. Mas veja agora
onde estas pessoas estão, caminhando em câmera lenta, sem sair do lugar, presas
em suas próprias consciências que não as permitem prosseguir.
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